sábado, 11 de outubro de 2008

Novo colaborador

Caros amigos,

depois de um bom tempo afastado estou de volta. Desta vez, trazendo para a voces textos de um novo colaborador: MARCELLO BORBA, bacharelando em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, poeta e, como ninguem e perfeito, alvi-rubro!

Aproveitem, se deliciem com as maravilhas escritas pelo nobre alvi-rubro.
Grande abraço a todos.

ZOODEMOCRACIA - Por Marcello Borba

Acabamos de sair de um processo democrático, o voto. A nossa concepção moderna de sociedade e de política nos entrelaça fortemente com a necessidade de escolha e de sabedoria para analisar o melhor candidato para o futuro do país. Mas como olhar para o futuro se o passado anda esquecido?

Na Grécia antiga, temos uma critica ferrenha de Sócrates a democracia. Na qual ele dizia que, de acordo com a democracia e com o voto da maioria, se a maioria absoluta decidir que um cachorro é um burro, então ele será um burro.

Esta é uma falha grandiosa de nosso processo democrático, se a maioria acha que fulano, vamos chamá-lo de um animal para evitar os futuros processos por calunia e danos morais, é uma lesma, mas na verdade fulano é um burro então prevalece a opinião da maioria.

E pasmem é muito disso que ocorre ainda. Ás vezes vemos um burro mas a união democrática vê nele uma coruja( sabedoria) e então damos todo o poder para que governe nossa cidade, Estado ou nação.

Em contrapartida, num sistema de governo autoritário, não temos a participação popular para votar em nada, nem para dizer se fulano é burro ou não. O que ocorre é que o soberano pelo poder imbuído por Deus, se ele for um Rei absolutista, ele diz quem é ou não o burro na sociedade. Ele pode chegar para você e dizer: ei seu burro vá comer capim.

Sentiram a leve diferença entre votar e não votar? Ainda não?

Se você vota você pode escolher entre burros e lesmas, achando que são corujas e gansos e se você não vota você é sempre o burro.

Estou sendo dramático? Talvez até esteja exagerando, mas este zoológico todo é só para analisar a nossa concepção democrática. Se somos a maioria e se formos esclarecidos, nosso poder soberano muda a história de nossas vidas, mas se formos burros e votarmos em burros só ficaremos dando foices um no outro.

Ei calma ai, não estou dizendo que agora escolhemos burros para nos governar, não. Eu não disse isso. Confesso que já existiram épocas piores, a democracia no Brasil se fortalece a cada dia, o povo se conscientiza de seu papel. Para alguns, ou maioria, democracia é apertar uns números e depois o verde numa maquininha e pronto, só volto aqui daqui a 2 anos. Não pode ser assim, precisamos estar de olho para ver se o nosso animalzinho não está precisando de ajuda, comida, conselhos...

Estar numa democracia é viver democraticamente votando, sendo votado e vigiando, em constante alerta, pois qualquer barulho estranho nós saberemos que compramos gato por lebre.