À primeira vista, nossas reservas de água são inesgotáveis: mares, lagos, rios e outras fontes cobrem grande parte da superfície do planeta. Porém somente 2,5% desses recursos são compostos por água potável. E essas reservas escasseiam com rapidez crescente, quer através do consumo desenfreado, quer devido à poluição.
O caso do Rio Citarum
Arsênico, metais pesados, fósforo, nitratos: o ciclo global da água é como uma cloaca – o que se introduz nele também sai do outro lado. E o preço da industrialização do mundo é água poluída e contaminada, tanto pelas fábricas como pelos assentamentos humanos.
Quase sempre o crescimento econômico teve primazia diante do meio ambiente. Foi assim que, com a industrialização do Vale do Ruhr, na Alemanha, sufocaram-se os rios Reno, Ruhr e Ems com os dejetos da indústria de carvão mineral e aço. Os pescadores desempregados amaldiçoavam os intragáveis "peixes de fenol".
Somente na segunda metade do século passado a legislação foi alterada de modo a impedir que águas residuais da indústria fossem lançadas nos rios sem tratamento prévio. Fiscalizações regulares e a ameaça de multas cuidam para que indústria e agropecuária respeitem as normas vigentes.
No entanto, há necessidade de fazer muito mais, insta o biólogo marinho Thilo Maack, da organização ambientalista Greenpeace. Antes mesmo da produção, é preciso assegurar que tudo, no processo produtivo, seja biodegradável. No caso do plástico, por exemplo, suas ligações e componentes químicos permanecerão décadas, mesmo séculos, no meio ambiente.
"Só deve ser permitido plástico que possa ser reciclado", exige Maack. É o que ele chama "fechar o ciclo de materiais". Um ciclo sustentável, portanto, onde na cloaca global só entre o que seja naturalmente degradável. E onde o critério para julgar uma produção efetiva não sejam apenas as perspectivas de faturamento, mas sim, em primeira linha, a conformidade ecológica.
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