quarta-feira, 14 de julho de 2010

As palmadas que salvaram minha vida.

Se chicotada resolvesse, não tinha tanto bandido no país”, foi com essa frase, digamos “brilhante”, que o Presidente da República Federativa do Brasil, o companheiro Lula, justificou o seu PLENO apoio ao projeto de lei contra castigos físicos a crianças, durante a cerimônia de comemoração dos 20 anos (14/07/2010) do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (ECA mesmo!).

Essas “sábias” palavras me fizeram refletir sobre a educação que me foi dada ao longo desses 32 anos de vida, por meus pais, “seu” Manoel e “Dona” Ana. De uma coisa me lembro muito bem, nesse longo processo de educação: das palmadas e dos frequentes castigos! Meus amigos, como apanhei! Como diria meu saudoso avô, “seu” João padeiro: “mais que mala velha para tirar o mofo”. Ah! Uma justificativa para tanto: eu nunca fui, digamos, um bom menino! Eu era simplesmente “virado na gota serena” (minha mãe pode provar o que estou dizendo!), e nem por isso virei um bandido, corrupto, desequilibrado ou fiquei traumatizado como dizem os psicopedagogos, hoje em dia!

Esse projeto de lei é, simplesmente, uma aberração. Até que ponto o Estado tem o direito de intervir na vida do cidadão ao ponto de dizer como ele deve ou não educar seus filhos? Ainda não tenho filhos, mas certamente não irei cumprir esta lei. Isso não quer dizer que não vou amá-los ou coisa do gênero, mas continuo achando que a boa e velha palmada é um recurso fundamental na educação de um filho. Como professor não acredito, e nunca acreditei, mesmo quando aluno (graças a D. Ivonete Ferreira Lins), que exista educação, formal ou não, sem disciplina e sem punição. A vida é assim! As leis existem para que as pessoas saibam que precisam ser punidas quando erram.

A cada dia que passa tenho a convicção de que estamos caminhando para trás, igual ao “moonwalker” de Michael Jackson. Infelizmente, não vejo um futuro de muita esperança, solidariedade, respeito pelo próximo, honestidade e vergonha na cara pelas pessoas do meu Brasil, tão amado!

Não quero dizer que educar, nos dias de hoje, seja fácil.

A sociedade mudou muito nos últimos anos, sem querer ser machista, vejo que o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho tem sido um dos principais fatores desta mudança. A necessidade de aumentar a renda familiar forçou esse aumento. E o filhos? Bem, ficam na escola e ganham alguns presentes (celular de última geração, tênis da moda, computador etc.) para suprir a ausência dos pais, que estão trabalhando cada vez mais! Coitada da escola e da sociedade. São elas que terão que lidar com uma geração de crianças, adolescentes e jovens sem limite algum. Estou exagerando? Então, perguntem aos parentes do índio Galdino dos Santos (queimado vivo, por "garotos" ricos, enquanto dormia nas ruas de Brasília) e da jovem de 13 de anos de idade, vítima de estupro por dois colegas, em Santa Catarina! Os dois crimes foram cometidos, certamente, pela ausência das palmadas na educação dessas “crianças”.

No momento em que vivenciamos o surgimento da geração do “SIM”, eu digo: VIVAS AS PALMADAS! Ah! Obrigado, “seu” Manoel e “Dona” Ana, aquelas palmadas salvaram minha vida.

2 comentários:

Susanne Mendes disse...

Professor Gustavo quanto tempo... Adorei o texto me fez até lembrar uma de suas aulas que a polêmica girou em torno da educação e o exemplo da mulher no mercado de trabalho. Concordo plenamente com o senhor, fui criada pelos meus avós e ''dona'' Lindaura vez por outra me dava palmadas sim! Um em especial não mereci mas foi graças a ela que vi que professor merece respeito. Se os jovens com dinheiro e que acham que são donos de si porque não levaram palmadas, tivessem recebido a devida orientação ai sim um mundo realmente seria um lugar melhor.

P.S: Graças ao senhor também passei na UPE - Então obrigada. Esse ano tô tentando federal denovo e agora sou aluna de Nogueira - Ele é fantástico, geografia se tornou legal depois que fui aluna de vocês dois!

Paulinho disse...

Menino não entende o que é respeito na idade mais tenra... Dizem que só passa a respeitar mesmo depois dos sete. Antes disso, a unica coisa que o faz respeitar limites é o medo dos pais, medo do castigo e da palmada.
Muito bom o texto, a gente, que foi criado dentro da velha e boa educação tradicional sabe o que umas boas palmadas podem fazer.

Ao contrário de traumas e deturpações de carater, as palmadas nos ensinam a respeitar os mais velhos, a compartilhar com os irmãos, a dar valor a família, enfim, ajudam a construir a retidão de um caráter. Me identifiquei um bocado com o texto.