sábado, 10 de julho de 2010

Multidão vai às ruas de Barcelona defender autonomia catalã.

Mais de um milhão de pessoas se concentraram em Barcelona, neste sábado (10), para defender o estatuto de autonomia da Catalunha. A manifestação que percorreu o centro da cidade foi contra a decisão do Tribunal Constitucional da Espanha, tomada na véspera, que rejeitou reconhecer a Catalunha como nação e determinou que o catalão não tem preferência sobre o espanhol como língua na região.
O porta-voz da administração da cidade Manuel Campillo disse que a polícia contou 1,1 milhão de pessoas. Já a organizadora da manifestação, a Omnium Cultural, calculou a presença de 1,5 milhão, segundo o porta-voz Daniel Jove.

Jove disse que cerca de 1.400 organizações catalãs, incluindo sindicatos, partidos políticos, bem como associações culturais da região, convocaram seus membros para que participassem da passeata.

Dia ensolarado e temperatura alta atraíram muitas pessoas para a mobilização. Os canais de televisão mostraram uma multidão balançando bandeiras nacionalistas catalãs, cantando e carregando cartazes com os dizeres: "Nós somos a nação".

Os catalães têm sua própria língua e são orgulhosos de uma história que, até 1714, os relacionou à independência do reinado de Aragão.

Durante a ditadura do general Francisco Franco (1939-1975), os catalães foram proibidos de falar sua língua, assim como passou a ser ilegal publicar livros em catalão.

Decisão
A sentença que gerou o descontentamento do povo, da qual tomaram parte dez magistrados, entre os quais cinco expressaram desacordo com parte do conteúdo, afirmou que a Carta Magna somente reconhece a nação espanhola como uma unidade indivisível.

"A Constituição não conhece outra, a não ser a nação espanhola", diz o texto da sentença de 881 páginas, que responde a um recurso impetrado em 2006 pelo Partido Popular para que fossem revisados pontos considerados inconstitucionais no Estatut (a lei catalã) aprovado em referendo e pelos parlamentos espanhol e catalão nesse mesmo ano.

(Com informações das agências France Presse e AP)

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