terça-feira, 28 de julho de 2009

Balbina, a hidrelétrica do caos

Dificilmente haverá no planeta um monumento à estupidez como a Usina Hidrelétrica de Balbina. Idealizada na ditadura militar e inaugurada em 1989, ela custou, na época, US$ 1 bilhão. Inundou 2,6 mil quilômetros quadrados de riquíssimas florestas nativas, criando um dos maiores lagos artificiais do mundo. Os milhões de árvores que tiveram suas raízes submersas não foram retirados e transformados em madeira produtiva – estão lá apodrecendo. As águas do lago imenso produzem hoje apenas de 120 MW a 130 MW de energia; é a unidade de geração mais ineficiente entre as 113 hidrelétricas do País. E, para culminar a série de desastres, a vegetação inundada se tornou uma fonte gigantesca de emissão de gases de efeito estufa: emite 3,3 milhões de toneladas de carbono equivalente por ano, metade do que jogam na atmosfera os carros que circulam em São Paulo.




UHE DE BALBINA

Os erros começaram pela escolha do local – uma área extremamente plana, 180 quilômetros ao norte de Manaus. Na planície, as águas se espalharam, rasas, por uma área imensa; há grandes trechos que podem ser percorridos com água na cintura, às vezes com a profundidade suficiente apenas para molhar os pés. A disparidade entre a área inundada e a capacidade de produção de energia é imensa. Para ficar na própria região amazônica, a usina de Tucuruí, no Pará, também alagou uma grande área; lá, o lago ocupa 2,4 mil km², mas a água represada do Rio Tocantins tem força para tocar uma usina de 4.245 MW, 17 vezes superior a Balbina.



A comparação com Itaipu torna Balbina ainda mais absurda. Itaipu tem um lago de 1,3 mil km², metade do da usina do Amazonas, e sua potência instalada é de 14 mil MW. A potência instalada de Balbina, já na época da inauguração, era de ridículos 250 MW. Mas a situação ali piora a cada ano: 18 anos depois, a capacidade instalada já não atinge nem esse limite baixo. Os equipamentos obsoletos, a baixa pressão da água e o acúmulo de sedimentos produzidos pelo apodrecimento das árvores largadas na área inundada continuam comprometendo o potencial de geração, e a capacidade instalada baixou para 235 MW.

No final dos anos 80, a formação do lago, com as águas mansas do Rio Uatumã, reduziu drasticamente o fluxo rio abaixo. Quando se alcançou a cota para funcionamento das turbinas, a Eletronorte liberou a água já saturada de material orgânico apodrecido. O caldo que desceu foi venenoso. “Meu amigo, foi tanto peixe morto! A Manaus Energia recolhia rede e mais rede de peixe boiando. Fizeram um buraco enorme para enterrar tudo. Daí, o peixe sumiu”, lembra o pescador Marcos Claudio da Silva (leia sobre a mortandade de peixes na página seguinte).

Hoje, quase 20 anos depois do fechamento da barragem, a contribuição de gases de efeito estufa em Balbina é dez vezes superior à emissão de uma termelétrica movida a carvão de potência igual à da hidrelétrica. “Para cada megawatt/hora (MW/h) gerado nessa hidrelétrica são liberadas 3,3 toneladas de carbono na atmosfera”, explica Alexandre Kemenes, pesquisador bolsista de um programa chamado Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), uma iniciativa internacional liderada pelo Brasil e abrigada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). “Numa térmica a carvão, a relação entre emissões de gases e a geração de 1 MW/h é de 0,33 tonelada.”

Além de medir as emissões, o trabalho de Kemenes, que durou cinco anos, indicou a principal fonte de gases de efeito estufa: o reservatório. Apenas 8% da área do lago, segundo cálculos feitos no estudo, foi desflorestada. É do lago que saem 84% dos gases. As emissões da usina são tão elevadas que superam todo o crédito de carbono obtido pela estatal Eletrobrás, que controla Balbina por intermédio da Eletronorte.

Até hoje, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) gerou créditos de 2,7 milhões de toneladas de carbono, volume que irá a leilão na BM&F. Os técnicos dizem que seria possível captar os gases (metano e gás carbônico) para produzir energia, como ocorre em aterros sanitários. “É viável, mas exige investimento”, diz Kemenes. “O problema é que não há investimento em Balbina.”

No grande salão da usina, onde ficam as cinco turbinas, uma frase em letras graúdas diz: “Balbina, respeito à natureza.”

domingo, 17 de maio de 2009

Que venham muitas crises

O mundo se modifica com as crises. Crise não é algo necessariamente ruim, como muita gente acha. O mundo estava em crise quando ocorreu a revolução francesa, o mundo estava em crise quando houve a reforma protestante, o mundo estava em crise quando houve a semana de arte moderna. Sei que existem diferentes conceitos para crise, e as que estamos passando agora é de caráter econômico, e não social ou político como expostas acima. Até as crises de caráter econômico trazem benefícios a posteriori. Porque se há crise, então algo não vai bem e depois disso há uma mudança na conjuntura que havia. Então encontramos um sinônimo para crise, mudança, revolução.


Sim após esta crise o mundo não será mais o mesmo: alguns brindam o fim do neoliberalismo; outros o fim dos EUA. É cedo para dar diagnósticos precisos sobre que efeitos serão visíveis diante este cenário, mas certamente o mundo não será como agora. E isto é bom?

Momentos de crise aguçam o lado criador do homem. Parece que o homem precisa de um impulso para produzir, e as crises em geral são acompanhadas por uma explosão de novas idéias, cientificamente falando e culturalmente falando. Alguns dizem que o momento de letargia vivido pelo mundo nas últimas décadas favoreceu o seu empobrecimento cultural e que a decorrência disso é uma apatia nas produções. Como se nada de realmente bom ou inovador houvesse surgido.

Se olharmos para a musica tem muita coisa boa surgindo, mas também há muita porcaria que merece o lixo do esquecimento. Creio que há mais porcaria que algo bom, inspirador e inovador.

Teríamos uma proporção de 8 para 2 se assim formos quantificar. Na literatura, também vemos um fenômeno parecido, poucos dos novos escritores encantam, são bons de verdade. A grande maioria vende milhões de livro com um livro e após isso desaparece como se a fonte tivesse secado. E uma crise no momento de agora, pelo menos para mim, parece propiciar uma quebra de paradigmas e valores que certamente irão se refletir na arte em geral. Não só na arte como na política, economia, e na sociedade como um todo.

Uma balançada assim para fazer o grande urso gordo e preguiçoso da humanidade acordar para produzir e ser autocritico de sua posição neste cenário.

Um exemplo que trago é a faculdade que estudo. Ela tem um passado glorioso que enche de imaginação quem estuda lá. Mas seu presente é desolador. Não se vê produção de muita coisa, não se vê muitas discussões. O máximo que se vê são indivíduos traçando seus projetos pessoais sem preocupação ou consciência de que existe um mundo que os rodeiam e que é preciso fazer algo de proveitoso nesta passagem pela vida além de encher a cara, ganhar dinheiro e fazer muito sexo.

Não sou saudosista com o passado. Sei que nada é 100% perfeito em conjuntura nenhuma da históri, mas seria ingenuidade minha querer comparar a produção artística e cultural da humanidade atual com de algumas décadas passadas. Seria no mínimo querer quantificar uma projeção que faço na teoria.

Fica ai as indagações, reflexões e esperanças para que o futuro seja melhor do que agora. O que nós podemos fazer para isso? Eu não sei muito bem, já tentei fazer algumas coisas, mas ainda não obtive resultados plausíveis. A questão é que agora me encontro sentado, na frente da maior tecnologia do século 20, escrevendo num blog para que no máximo 2 pessoas leiam e após isso vou espionar a vida alheia no orkut.

Muito revolucionário isso não?

É o grande problema é a inércia e comodidade, está tudo muito fácil. Uma crise vai abalar o sistema e nos fazer movimentar de verdade. Eu clamo por isso, antes que ganhe peso e fique com preguiça de sair da frente do COMPUTADOR.

por MARCELLO BORBA ARAQUAN BORGES

domingo, 19 de abril de 2009

A SERRA DO IBIAPABA - CE

A Serra do Ibiapaba, também conhecida como CHAPADA do IBIAPADA é uma das várias unidades de relevo do estado do Ceará.

"Serra" do Ibiapaba - CE.

Na realiadade, a Serra do Ibiapada é um relevo do tipo CUESTA; forma dissimétrica constituída de REVERSO, FRENTE e CORNIJA (Vide esquema abaixo). Suas altitudes variam de 650 a 900 metros, registrando-se, entretanto, pontos acima de 900 metros.

Situa-se ao longo do oeste do Ceará, nos limites do estado do Piauí, apresentando direção geral Norte-Sul. A chamada "frente" da cuesta assemelha-se a um extenso paredão reproduzindo uma escarpa muito ígreme.

Esta unidade geomofológica é composta por rochas sedimentares da Formação Serra Grande (Siluriano-Devoniano), tendo sua camada superficia (cornija) constituída de rochas tipo arenito. A partir dessas rochas formam-se solos arenosos profundos (Neossolos Quartzarênicos), e solos areno-argiolosos muito intemeperizados (Latossolos Vermelho-amarelos).

Fonte:

- Atlas Escolar do Ceará
- Dicionário Geológico e Geomorfológico - Antonio Teixeira Guerra
- Instituto de Geologia da UNB.

Forças da Natureza: entenda um pouco mais sobre os agentes endógenos da Terra.

Na semana passada o FANTÁSTICO, da rede Globo de TV, lançou uma nova série produzida pela BBC de Londres, que vai ao ar nos próximos domingos mostrando como as forças da natureza criam e modificam estrutura interna e externa da Terra, bem como seus impactos para os seres humanos.

No primeiro episódio da série o programa aborda as PLACAS TECTÔNICAS e a ocorrência de VULCANISMO.

A partir desta semana iremos postar os vídeos para que vocês possam acompanhar a série na íntegra. Aproveitem! Assistam e postem seus comentários e dúvidas.

domingo, 5 de abril de 2009

Chaplin: "O Ditador."



É preciso aprender com estas sábias palavras para se construir um Brasil melhor. Precisamos pensar no COLETIVO e menos no EU!

Reflitam!

domingo, 8 de março de 2009

Terror na Irlanda do Norte.

Hoje cedo um tiroteio no quartel de Massereene, no condado de Antrim, ao norte de Belfast, deixou ainda quatro pessoas com ferimentos graves, uma delas em estado crítico.

Um jornal da capital da Irlanda, Dublin, recebeu neste domingo uma ligação supostamente do grupo Real IRA assumindo a autoria do ataque contra uma base militar britânica na Irlanda do Norte.

O atentado ocorreu um dia depois do anúncio da polícia da Irlanda do Norte de que solicitou a intervenção do serviços secreto (o MI5) e das Forças Armadas britânicas para enfrentar a crescente ameaça de facções dissidentes do IRA.

Os dissidentes se opõem ao governo formado na Irlanda do Norte em 2007, que uniu os antigos rivais: os nacionalistas - católicos que defendem a incorporação da Irlanda do Norte à vizinha República da Irlanda - e os protestantes unionistas (que defendem a União, ou o Reino Unido) e acreditam que a área deveria continuar integrando a Grã-Bretanha.

Para quem tiver interesse em saber mais sobre os conflitos na Irlanda do Norte, uma boa dica é assistir aos filmes: "DOMINGO SANGRENTO; CONTAGEM REGRESSIVA ou assistir ao clipe (abaixo) da música SUNDAY, BLOODY SUNDAY, do U2.



Deutsch, Warun nicht? Carro mesmo!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A maré de esquerda na América latina ( O medo da direita)

Por Marcello Borba.

A imprensa fala com arrepios da maré de esquerdismo que assola a América latina: Chavez é um monstro, Evo um futuro ditador. Quando se referem a tais governantes só retratam o aspecto negativo de suas medidas, ou, exageram a noticia para criar alarde.
O fato é que o continente foi assolado, principalmente depois da metade do século XX por ditaduras direitistas sanguinárias patrocinadas pelos EUA, no auge da guerra fria; ditaduras que coibiram a expressão popular e denegaram a maior parte da população-humilde- à mercê dos fatos políticos e na sarjeta dos direitos sociais.
Ocorre que, nestes países uma esperança veio surgindo, a esquerda proclamou mudanças, propôs melhorias e se caso chegasse ao poder diminuiria a enorme desigualdade social existente. Foi assim em todos estes países: Brasil, Bolívia, Chile, Venezuela, Paraguai, Peru, Equador.


A imprensa burguesa tem medo, tem medo que esta maré não acabe, tem medo mais ainda de que a esquerda cumpra o que prometeu, e caso isso ocorra é a pior derrota que o direitismo poderia levar.

Vamos analisar um caso: a Bolívia.

A Bolívia é o país mais pobre da América Latina, com a maior desigualdade social do continente e se formos somar todos os golpes militares que sofreu desde a sua independência há quase 200 anos, teremos quase 97 anos de ditaduras. Isso mesmo, 97 anos. Ou seja, o país mais pobre e mais desigual é o fruto extremo do conservadorismo excludente. A população encontrou esperança de mudança naquele rapaz, com cara de índio simpático: Evo Moralles, ele é para a população humilde do país a última esperança que resta.

No início do mês recebo uma notícia de arrepiar o cabelo: Evo acaba com o analfabetismo na Bolívia. Antes que os direitistas de plantão conclamem: (ah isto é ilusório, quantos analfabetos funcionais não existem ainda neste país?), vou ponderar que este foi o primeiro passo, milhões de pessoas que não sabiam nem assinar um nome, nem ler o mais simples bilhete agora podem desfrutar deste prazer. A alfabetização continua, pois esse foi o primeiro passo de uma grande mudança no país. Podem se sentar conservadores.

A Bolívia não conseguiu isso sozinha, ela contou com a ajuda da Venezuela e de Cuba, sim Cuba. Cuba foi um exemplo quando se tornou o primeiro país da América latina a abolir o analfabetismo, e o método que deu certo em Cuba foi transferido para a Bolívia com os ajustes necessários.

E este é o maior medo que a direita tem, quando os governantes de esquerda se unem para se ajudarem mutuamente, quando eles trocam favores para o bem comum.

Mas a imprensa publicou isso? Os jornais de grande circulação falaram sobre isso? Falaram da maneira mais breve possível, como se fosse uma doença sem atenção. Agora quando é para dizer que Chavez comprou aviões, ou para mostrar a rebelião dos direitistas que querem o fim do governo Evo eles fazem uma cobertura completa. É companheiros, eles têm medo da mudança de verdade, alertam sobre fatos infimios e escondem fatos grandiosos.

E isso é com todos os países, o Brasil, por exemplo: está com um governo de esquerda no poder, um governo que está focando sua atenção na população comum( claro que o empresariado está também sendo contemplado, O pai dos pobres e mãe dos ricos.) e por isso nossas notícias também são vinculadas no mesmo esquema de manipulação.

A Colômbia, por exemplo, ela é capacho do governo norte americano, suas atitudes são retratadas como um exemplo a ser seguido. Pode reparar que seu governo é quase sempre elogiado como: o governo que está combatendo as FARC, o governo que está diminuindo a violência em Bogotá, e etc. isso é só a ponta do iceberg, não posso negar que tudo isso é louvável, é sim. Porém não é só isso, existe um investimento americano pesado, que cobra muito caro, existe uma truculência policial muito forte, mas nada disso é retratado. É apenas mostrado turistas desfilando em paz e contentes com as “mudanças”, mas não há mudança. O governo continua excludente, sem tentar mudar a condição social de milhares de pessoas, sem prestar a devida atenção a quem realmente precisa.

A Colômbia é, na verdade, um dos poucos países direitistas presentes no grande mar esquerdo, por isso suas noticias sempre são elogiosas.

O que venho aqui conclamar com este texto não é um elogio à esquerda, ou a ditadores, nem salvadores da pátria, é apenas uma análise sincera dos fatos, o que ocorre é isso.
A esquerda está mudando cada um dos países no qual estão no poder, mas nada disso é retratado, quem quer mudança social? Quem quer o povo pensando?
Todo o grande entrave que possuímos hoje é um reflexo da época das ditaduras, no Brasil foi a época que o Brasil aumentou vertiginosamente sua divida externa e a população humilde foi mais massacrada na desigualdade social e renda. O que nos vem afrontando agora, não é nenhuma imposição de articulação da esquerda mundial, é apenas o reflexo de que a população estava cansada de ser explorada por governos que não estavam nem aí para eles. E que a esquerda é a esperança de mudar algo, de melhora para o trabalhador oprimido e excluído.

Um outro fato curioso é que a imprensa quer que acreditemos que Obama é a nova face Americana, que será bonzinho e justo com todos. Não se iluda, não será. Ele é apenas mais uma face do imperialismo Americano, ele pode até ser menos ruim que os outros, mas não será diferente. A idéia de mudança, de melhorias para todos é apenas ilusória e alienante, Obama irá defender os interesses de seu país, e não do mundo inteiro. Ele é democrata, é, menos mal, os republicanos são realmente os que mais criaram guerras e são menos propensos ao diálogo, mas não esqueça, não há muita diferença entre democratas e republicanos, no fim todos são imperialistas.